Entrevista com Sebastião Costa Filho (Tiãozinho)

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A entrevista foi realizada pelo jornalista Mauro Quintão (Interlocução Brasil) em parceria com o Cidades Mineradoras.

Natural de Conceição do Mato Dentro, Sebastião Costa Filho é conhecido popularmente como Tiãozinho. Formado em Engenharia Mecânica pela PUC e técnico em mecânica pela CEFET, ele construiu uma trajetória de mais de 40 anos nos setores de engenharia, siderurgia e mineração. Além da sua formação acadêmica, Sebastião foi CEO da ArcelorMittal e correspondente da empresa em diversos países como Londres, Ucrânica, Estados Unidos e Cazaquistão.

A partir de sua experiência internacional no setor da mineração, Sebastião falou sobre a legislação brasileira do setor em comparação com outros países.

“Em comparação aos outros países que tive a oportunidade de trabalhar, até os mais desenvolvidos como Canadá e EUA, a legislação brasileira é bastante rígida. Ela atende o que deve ser respeitado em termos de meio ambiente e legislação trabalhista. É uma legislação robusta, bem mais do que os outros países. Isso gera, na maioria das vezes, muito atraso para iniciar um projeto minerário no Brasil. Ela é boa, completa, eficiente e realmente cobra da empresa. Para trabalhar aqui, a empresa precisa atender a uma série de requisitos bem mais complicados do que outros países.” – afirmou.

Impactos ambientais e recursos hídricos

Atualmente, o impacto da mineração sobre os recursos hídricos é um dos assuntos mais discutidos do setor. Ao falar sobre o tema, Sebastião afirmou que os processos minerários precisam da água. De acordo com o engenheiro, algumas barragens de rejeitos podem ser consideradas reservas ricas de minério pelo alto índice de ferro, muitas vezes maiores do que a mineração in cito.

“A água é o componente principal. Não tem como tratar um minério numa instalação com um tratamento todo a seco. Esse é um dos motivos pelos quais a mineração dá tanto valor à água. Ela é usada para separar o que é minério do que é considerado rejeitos.”

Sebastião falou sobre a etapa de transporte via mineroduto, a qual utiliza água em grandes quantidades e sobre o processo de secagem do minério. De acordo com ele, é possível que a água passe por um processo de reciclagem e seja utilizada para outros fins.

“O minério vai com a água através do mineroduto da mina até o porto. Chegando no porto, ele tem que ter a umidade reduzida. Nessa etapa, a água sai, e pode ter outra utilização. Ela pode atender comunidades locais ou simplesmente voltar pro mar. Existem algumas empresas que já fazem esse processo: colocam uma tubulação para transporte do minério e, ao lado, uma que retorne apenas com a água para o local. É possível fazer isso.”

Ao final da entrevista, Sebastião ressaltou a importância da atividade minerária. O engenheiro afirmou que a mineração está em tudo e que o crescimento econômico de Conceição do Mato Dentro é fruto da atividade.

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